"Novo" mar da Caparica assusta cada vez mais
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Banhistas dizem que há mais fundões este ano, mas há também muitos casos de negligência
2010-08-06
Sandra Brazinha
O mar da Costa da Caparica, em Almada, está este ano mais perigoso. Com medo, os banhistas tentam estar atentos aos fundões e às correntes, mas ainda assim a falta de cuidado é a principal causa dos afogamentos, que nesta época balnear já se elevam a cinco.
“Isto é uma zona perigosa e é óbvio que tenho de ter atenção redobrada porque tenho duas crianças, de 5 e 13 anos”, afirma Vítor Cruz, de 40 anos, que garante não alterar os seus hábitos por causa dos afogamentos. “Até me sinto bastante seguro nas praias. Nós, pais, é que temos de estar sempre atentos e ir à água com eles. Não se pode brincar com o mar”, exclama.
“O mar está cada vez mais perigoso. No ano passado andava-se pela água em degrau e agora de repente ficamos sem pé”, queixa-se também Ludgero Marques, de 60 anos, lembrando que onde existem mais fundões havia antigamente placas a proibir os banhos, que desapareceram com as obras de assoreamento.
“Este mar é traiçoeiro”, adverte Sónia Carvalho, de 37 anos, que não deixa a filha de 8 anos ir à água sozinha. “Eu conheço o mar da Costa e sei que é só preciso um minuto. Basta estarmos com a água pelos joelhos”, refere, relatando o dia em que a filha deu um mergulho mesmo à sua frente e só veio ao de cima a uns metros de distância.
Apesar de os banhistas ouvidos pelo JN garantirem ter cuidado, um curto passeio na carrinha da Associação Caparica Mar, que coordena cerca de uma centena de nadadores-salvadores, é suficiente para encontrar pessoas a desrespeitar as regras.
Há quem tome banho junto aos pontões, um dos locais de maior risco, e quem, mesmo com a bandeira amarela hasteada, se atreve a nadar para longe. “Estão ali também duas crianças a brincar na água sem a supervisão dos pais”, aponta o comandante Luís Vitorino, dizendo que esta “é uma das situações mais frequentes”.
“Tem de haver uma constante supervisão de adultos. As correntes são um factor surpresa e aparecem do nada. A criança pode cair num fundão ou ser apanhada por uma corrente e ninguém vê”, alerta, lembrando que “devido às irregularidades dos fundões o mar está este ano com mais correntes e violentas”.
O aumento de agueiros é confirmado pela pescadora Lina Carvalho, de 53 anos, para quem o maior problema da Caparica é, porém, a falta de nadadores-salvadores. “Não tem vigias. E há tanto militar a ganhar dinheiro sem fazer nada nos quartéis. Podiam pô-los aqui ou então pagar a mais banheiros, porque eles são poucos para tanta gente”, diz.
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In Jornal de Notícias
Estão a ficar perigosas estas novas águas, é importante que o pessoal comece a ter mais precauções e cuidados com a água, as notícias são cada vez mais infelizmente...
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